Iv. Refutada A Doutrina De Perfeição
Sem Pecado
Um
estudo da doutrina bíblica de santificação não é completo sem uma consideração
do ensino que a impecabilidade é inatingível nesta vida. Urgimos sobre o
seguinte:
1. Objeções A Esta Doutrina
(1).
O apóstolo Paulo, a quem Deus estabeleceu como um exemplo humano para crentes
(1 Tim. 1:16) e em cuja vida não estamos certos de se ver qualquer falta, não
teve, mesmo na velhice, alcançada perfeição impecável.
É
isto evidente de Rom. 7:14-24. Absurdo é referir isto a Paulo antes da
regeneração. No décimo quarto versículo há significativa mudança do tempo
passado para o presente. Fazer os versos além do décimo quarto referir-se à
vida de Paulo antes da regeneração é fazer deles uma monstruosidade gramatical.
A
última parte do verso vigésimo quinto mostra que a vitória sobre o pecado por
meio de Jesus Cristo não tem lugar nesta vida. Isto também está patente em Rom.
8:23-25.
A
vitória vem somente com a redenção do corpo, a qual terá lugar na ressurreição.
Outra
vez, a linguagem de Rom. 7:14-24 mostra que ela se refere a um homem salvo.
“Nenhum homem ir regenerado pode verdadeiramente dizer: “Eu consinto com a Lei,
que é boa”; “Querer estar presente comigo”; “Porque me deleito na Lei de Deus segundo
o homem interior”; “Assim então, com a mente eu mesmo sirvo à Lei de Deus”
(Pendleton, Chistian Doctrines, pág. 301).
A
ideia que em Rom. 7 temos a experiência de Paulo depois de ter sido salvo, mas
antes santificado, enquanto que em Rom. 8 temos sua experiência depois de ter
sido santificado, é também absurda. Como temos apontado o capítulo oitavo de
Romanos não ensina a perfeição impecável mais do que o capítulo sétimo. No
oitavo Paulo ensina que os crentes ainda gemem debaixo da pecaminosidade do
corpo e estão esperando pela sua redenção (vs. 23), sendo salvos pela esperança
(vs. 24,25).
Toda
a prosa do crente: na sua experiência, safando-se do capítulo sétimo de Romanos
para o oitavo, não tem sentido. Todo crente vive toda a sua vida em ambos os
capítulos, que ambos são só parte de um discurso ligado. “O, portanto” do verso
1 do capítulo 8 dirige-nos de volta à última parte do capítulo sétimo como base
do que está dito no oitavo.
A
epístola aos romanos foi escrita antes da viagem de Paulo a Roma. Depois de ter
sido levado a Roma, enquanto prisioneiro lá, escreveu algumas epístolas. Uma
delas é a epístola aos filipenses. Nesta epístola Paulo ainda renuncia à
perfeição absoluta. Disse ele que não se considerou como já a tendo atingido.
Fil. 3:12.
(2).
O modelo de oração dado por Cristo aos Seus discípulos implica pecaminosidade
contínua por parte do povo salvo.
Como
é bem sabido, Cristo ensinou Seus discípulos a confessar os seus pecados na
oração modelo. Nem Ele em qualquer tempo ou de qualquer modo insinuou ou
implicou que havia um tempo quando eles poderiam apropriadamente dispensar esta
confissão do pecado e petição de perdão.
(3).
O fato que todos entre os filhos de Deus são castigados por Ele mostra que
todos eles pecam (Heb. 12:5-8).“Se estais sem castigo, do qual todos são feitos
participantes, então sois bastardos e não filhos” (Heb. 12:8). Não pode haver
castigo sem pecado. Deus podia tratar-nos de um modo providencial, se fossemos
perfeitos, mas os Seus tratos não poderiam chamar-se castigo.
(4).
Tiago declara que todos pecam. “Todos nós tropeçamos em muitas coisas” (Tia.
3:2).
(5).
João declara que quem professa impecabilidade está enganado.
“Se dissermos que não temos pecado,
enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós” (1 João 1:8). “Nós” –
certamente se refere a crentes. E o tempo presente mostra que a passagem se
refere, não a uma negação de pecado anterior senão a uma negação de pecado
atual.
E esta passagem nos diz que os
professantes da perfeição impecável estão auto-iludidos. Estão enganados pelo
menos sobre quatro coisas, a saber:
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